Domingo
Atolado no sofá, se encontrava com o controle preso à mão e pêndulo encostado na coxa. Era vestido por roupas sujas por molho, comida e talvez manteiga. Cansado na troca incessante de canal, hesitou em levantar, que o fez com dureza, na busca da permanência da inércia. Olhou para seu objetivo: a geladeira; que se encontrava no outro cômodo, a pouco mais de cinco metros, e relutou contra sua vontade, e por pouco esforço jogou o controle remoto no chão, dando a entender que isso também o motivaria a algum movimento.Levantou-se com muito pesar, agarrou o controle, colocou-o sobre a televisão e segui em direção à cozinha, que agora estava mais perto, porém a preguiça do mais cansado andarilho abateu-se sobre ele. Era domingo.
Arrastando-se e apoiando-se nas paredes passou pela porte, abriu a porta da geladeira, e com isso, lutou por sua cerveja. Ao fechar, encaminhou-se até o armário e buscou por algo, que ao encontrar com sua mão direita, chacoalhou, então pegou o salgadinho. Agora mais animado.
Abriu a cerveja e observou o gás que saiu -como quem ficasse há tanto sem ver ou ouvir tal situação-, deu o primeiro gole ainda na cozinha, e agora andando de forma natural seguiu para o sofá, antes pegando o controle sobre a televisão. Com movimentos animados deixou sua cerveja na cadeira encostada próximo ao sofá e deu um salto, do qual caiu perfeitamente sobre este, e que como quem sente prazer, pegou a cerveja para contemplá-la. Trocou de canal, que ali permaneceu, deu um gole, abriu e começou a comer os salgadinhos.
Era domingo.
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